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segunda-feira, 30 de junho de 2008


Encontro de História socializa experiências

Evento debate produções e experimentos em busca do aperfeiçoamento do conhecimento histórico

Quixadá. Começa hoje no Sertão Central o XI Encontro de História do Ceará. Historiadores, professores e acadêmicos de várias regiões do Estado estarão reunidos por toda a semana no campi da Faculdade de Educação Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc), em Quixadá. Na agenda, minicursos, mesas redondas, simpósios temáticos, conferências e palestras terão como foco principal a socialização de experiências e saberes dos profissionais que atuam em instituições de ensino e pesquisas, acervos públicos e particulares, associações e museus. As melhorias das condições de atuação, formação e reflexão sobre os aspectos teórico-metodológicos serão destacados. O evento prossegue até dia 5 de julho.

O encontro é promovido pela Associação Estadual dos Professores de História (Anpuh-Ce). Os organizadores estimam a participação de pelo menos 500 educadores e estudantes da área nos trabalhos até o próximo sábado.

Os participantes terão a oportunidade de fomentar o desenvolvimento do conhecimento histórico produzido no Ceará, tendo o Estado como objeto de investigação da maioria dos estudos apresentados. A “Historiografia da maçonaria no Ceará” será abordada pelo professor Marcos José Diniz Silva em um dos minicursos. A “Seca, cultura e movimentos sociais”, observados pela ótica do historiador Frederico de Castro Neves, complementa a programação dos seminários. Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Capistrano de Abreu, escravos e militares também diversificam as pautas.

Entretanto, neste ano, a Anphu-Ce, juntamente com a Faculdade anfitriã, resolveu provocar as agências de financiamento e a academia, principalmente no eixo Sul-Sudeste, questionando os critérios de classificação que organizam a produção histórica do País em produção internacional, nacional e regional.

Os órgãos não entendem como um trabalho produzido no Ceará tem relevância apenas local, mesmo quando expresso nos grandes veículos de mídia de São Paulo, enquanto no Estado do Rio de Janeiro, quando se refere à história de um empresário, cuja vida empresarial e política limitou-se àquele Estado, recebe destaque nacional e até internacional?

Apreciação

A provocação tem por objetivo apreciar os diferentes pontos de vista, respectivos às pesquisas feitas no Ceará, na Paraíba, em Pernambuco, Brasília, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, Estados representados no encontro. Além da conferência inicial, o tema será discutido nas mesas-redondas. Aliás, na conferência de abertura, às 20 horas desta segunda-feira, o professor e doutor em História, Antônio Clarindo Barbosa de Souza, representante da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), expõe o tema: “Afinal, o que é História Regional e Nacional no Brasil?”.

Os trabalhos serão coordenados pelos professores Altemar da Costa Muniz, Alenio Carlos Noronha Alencar, Isaide Bandeira Timbó e Evilário Barbosa de Oliveira, doutores e doutorandos em História. Representando o grupo, Altemar Muniz ainda destaca a variedade das temáticas.

Contato

Da preocupação com os movimentos sociais e de trabalhadores, passando pelo imaginário, cultura e biografias. Será uma oportunidade impar de levar à Quixadá e às cidades de Quixeramobim, Senador Pompeu, Milhã, Ocara, Itapiúna, Capistrano, Ibaretama, Choró e Banabuiú — cidades de onde provêm os alunos da Feclesc — o contato com a produção acadêmica de colegas estudantes e de professores de vários municípios cearenses e de outros Estados.

Os organizadores destacam o apoio e parcerias com a UFC, Uece, Urca, UVA e ainda a Prefeitura de Quixadá. Ressaltam o auxílio do Fundo Cearense de Apoio ao Desenvolvimento e Tecnológico (Funcap) para a realização do evento.

ALEX PIMENTEL
Colaborador

Fonte: Diário do Nordeste

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